
Leitão de Barros nasceu em Lisboa a 22 de Outubro de 1896. Na mesma cidade morreu a 29 de Junho, 71 anos depois, em 1967. O seu trabalho distingue-se pelo sentido estético das suas obras e por ter realizado a primeira docuficção e a segunda etnoficção da história cinematográfica – “Maria do Mar”, 1930.
Até começar a sua carreira de cineasta frequentou diversas faculdades de Lisboa, leccionou matemática e desenho no Liceu Passos Manuel em Lisboa, frequentou o curso de Arquitectura e em 1916 enveredou pelo jornalismo escrevendo artigos, reportagens, entrevistas, crónicas e até criticas de arte.
As suas primeiras obras foram os filmes “Malmequer” e “Mal de Espanha” seguidos de uma reportagem “Sidónio Pais – Proclamação do Presidente da República”.
Com “Malmequer”, José Leitão de Barros revela o seu cuidado com os cenários e figurinos, característica dos seus filmes históricos, apresentando um melodrama do século XVIII. Nas suas primeiras obras Leitão de Barros aplicava a técnica de tintagem, que consistia na coloração da película com o intuito de salientar sentimentos e para a distinção do dia/noite ou exterior/interior.

Em 1926, com “Festas de Curia”, é um sinal do regresso de José Leitão de Barros ao cinema. Através desta película é evidenciado o seu interesse pelas tradições da cultura popular, o que estará presente em muitas outras obras.
Um ano mais tarde, em 1927, realiza um documentário que se destacaria de todas as suas obras até então realizadas, “Nazaré, Praia de Pescadores”. Um documentário onde é focado a relação entre o Homem e a Natureza.
Com o inicio da década de 30 vem não só novos projectos mas também consagrações. “Lisboa, Crónica Anedótica” e “Maria do Mar” ligam-se entre si através da preocupação estética de Leitão de Barros apesar da diferença do seu conteúdo. “Lisboa, Crónica Anedótica” relata a vida quotidiana num estilo simultaneamente poético e humorístico algo inovador no cinema português.

Querendo dar o passo seguinte da inovação no cinema português, viu-se impossibilitado de avançar devido há falta de estúdios portugueses equipados para a realização de filmes sonoros. Ainda assim, com as dificuldades, realizou “Severa” adaptada da peça de Júlio Dantas. Para a realização desta película, Leitão de Barros divide-se entre Portugal, onde filmou as cenas exteriores (sem som), e França, para as cenas interiores e onde se sonorizou o filme. Esta película apresenta elementos susceptíveis ao agrado do público: as diferenças sociais, a tragédia da protagonista e o Fado que conquistava o seu lugar nas rádios portuguesas.

Ainda na década de 30 as atenções de José Leitão de Barros dividem-se entre o cinema e a coordenação de cortejos e marchas populares, festas organizadas por órgãos do governo, assimilando-se o seu nome ao Estado Novo.
Em 1937, com algumas cenas do filme “Maria Papoila” e ainda com documentários, “Legião Portuguesa” e “Mocidade Portuguesa”, ligam ainda mais o seu nome ao regime.
Patrocinado pelo Secretariado de Propaganda Nacional e com o apoio e elogios de António Ribeiro, a obra “Ala-Arriba” foi o primeiro filme português a ganhar um prémio estrangeiro, sendo ele a Taça Biennali da Bienal de Veneza em 1942.

Após este fracasso de produção entre Portugal e Brasil, as cooperações entre os dois países tornaram-se extintas e José Leitão de Barros dedica-se então a documentários nas próximas décadas, 50 e 60.
Nos últimos anos da vida do cineasta, Leitão de Barros dedicou-se ao jornalismo, tendo também escrito um livro compilando as suas crónicas intituladas “Corvos”.
Filmologia:
· Mal de Espanha – 1918
· O Homem dos Olhos Tortos – 1918 (inacabado)
· Malmequer -1918
· Sidónio Pais – Proclamação do Presidente da República – 1918 (obra não sobreviveu)
· Nazaré, Praia de Pescadores – 1929 (perdeu-se a 2º parte)
· Festas da Cúria – 1927
· Lisboa, Crónica Anedótica – 1930
· Maria do Mar – 1930
· A Severa – 1931
· As Pupilas do Senhor Reitor – 1935
· Bocage – 1936
· Maria Papoila – 1937
· Legião Portuguesa – 1937
· Mocidade Portuguesa – 1937
· Varanda dos Rouxinóis – 1939
· A Pesca do Atum – 1939
· Ala-Arriba – 1942
· A Povoa de Varzim – 1942
· Inês de Castro – 1944
· Camões – 1946
· Vendaval Maravilhoso – 1949
· Comemorações Henriquinas – 1960
· A Ponte da Arrábida Sobre o Rio Douro – 1961
· Escolas de Portugal – 1962
· A Ponte Salazar Sobre o Rio Tejo – 1966
· Mal de Espanha – 1918
· O Homem dos Olhos Tortos – 1918 (inacabado)
· Malmequer -1918
· Sidónio Pais – Proclamação do Presidente da República – 1918 (obra não sobreviveu)
· Nazaré, Praia de Pescadores – 1929 (perdeu-se a 2º parte)
· Festas da Cúria – 1927
· Lisboa, Crónica Anedótica – 1930
· Maria do Mar – 1930
· A Severa – 1931
· As Pupilas do Senhor Reitor – 1935

· Bocage – 1936
· Maria Papoila – 1937
· Legião Portuguesa – 1937
· Mocidade Portuguesa – 1937
· Varanda dos Rouxinóis – 1939
· A Pesca do Atum – 1939
· Ala-Arriba – 1942
· A Povoa de Varzim – 1942
· Inês de Castro – 1944
· Camões – 1946
· Vendaval Maravilhoso – 1949
· Comemorações Henriquinas – 1960
· A Ponte da Arrábida Sobre o Rio Douro – 1961
· Escolas de Portugal – 1962
· A Ponte Salazar Sobre o Rio Tejo – 1966
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