Já há algum tempo que eu e os restantes elementos do grupo fazíamos questão de ir visitar o Museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira, tanto por ser um museu do nosso interesse e que se encontra perto, como por ser uma visita que nos ajudaria para o projecto que estamos a levar a cabo em Área de Projecto. Assim, decidi fazer este artigo baseado na visita a este museu.
No passado dia 8 de Abril o grupo “Os Fígaros” dirigiu-se a Vila Franca com o intuito de visitar o Museu do Neo-Realismo. Como visitámos este museu durante as férias, impossibilitando que todos os elementos fossem.
O museu está actualmente dividido em quatro exposições: “The return of the real 6 – Miguel Palma” uma exposição contemporânea do artista Miguel Palma, “Mário Braga – um escritor no reino circular” uma exposição biográfica do escritor Mário Braga, “Batalha de Sombras” uma colecção de fotografia portuguesa dos anos 50, e “Batalha pelo Conteúdo” uma exposição sobre o movimento neo-realista português.
Apesar de todas as exposições serem bastante interessantes, neste artigo irei focar somente a última exposição, dando um especial destaque para o neo-realismo português nas artes plásticas. A exposição “Batalha pelo Conteúdo” é a principal exposição deste museu, ocupando assim dois pisos e expondo, através de diversos documentos, o movimento neo-realista português nas várias artes: literatura, artes plásticas, música, teatro e cinema.
Durante a exposição pude entender melhor este movimento na pintura, assimilando conceitos e situações que o marcaram. Porém a exposição não possuía muito espaço e documentos relativos ao neo-realismo na pintura, pois este movimento tem maior destaque na literatura.
No início da secção dedicada às artes plásticas está exposta uma afirmação que sintetiza a pintura neo-realista e a sua importância: “Movimento cultural de expressão maioritariamente literário, o neo-realismo português teve nas artes plásticas um momento de eufórica utopia, como afirmação voluntária de uma nova geração que aí se ancorava no intuito de contribuir para a prometida mas nunca concretizada democratização do regime.Com efeito, o movimento do neo-realismo significara para uma parte significativa dos jovens artistas da terceira geração modernista não só uma mais forte e arrojada opção estética face ao modernismo academizado da segunda geração, como uma rara oportunidade de reflexão humanista que alimentaria a esperança de uma verdadeira transformação progressista da sociedade portuguesa. De Júlio Pomar a Rogério Ribeiro, ou do teor polemista do suplemento “Arte”, publicado ao longo de 1945, à divulgação de uma prática artística pluridisciplinar nas Exposições Gerais de Artes Plásticas (1946-1956), o neo-realismo visual afirma-se sobretudo na proporção das esperanças oposicionistas do imediato pós-guerra. Se com elas se projectou como espécie de vanguarda artística, logo se desvaneceu nas desilusões políticas que o final dessa década trouxera à soturnidade da vida portuguesa.”
Nesta mesma secção eram realçados os artistas que se destacaram na pintura e ilustração neo-realista, desde nomes já reconhecidos e já referidos neste blogue como Júlio Pomar e Rogério Ribeiro até outras personalidades como Álvaro Cunhal.
Em forma de conclusão, proponho desde já a visita uma vez que é um museu interessante e acessível, pois além de ser já aqui ao lado a entrada é gratuita. É uma fantástica maneira de ficar a conhecer este movimento nas diversas artes incluindo aquelas, como a pintura, de que não existe muita informação disponível.
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