"Um quadro deve ter coração, sistema nervoso, ossos, circulação. Deve assemelhar-se a uma pessoa em movimento. E preciso que aquele que olha se encontre perante um ser que lhe fará companhia, lhe contará histórias, lhe dará certezas. Porque o quadro não é evasão, deve ser um amigo que nos fala, que descobre as riquezas que se escondem em nós e à nossa volta."
Maria Helena Vieira da Silva, pintora portuguesa nascida a 13 de Junho de 1908, foi a autora desta frase.
Vieira da Silva demonstrou interesse pelas artes desde muito nova, nomeadamente pela música e literatura. Aos onze anos começou a estudar Desenho e Pintura na Academia de Belas-Artes em Lisboa.
Aos 18 anos, incentivada pela família, retirou-se para Paris e inscreveu-se nas academias Scandinave e La Grande Chaumière, trabalhando com Duffrene, Waroquier e Fernand Léger.
Em 1930 casou com um pintor húngaro que conheceu em Paris, Arpad Szenes. Na segunda guerra mundial regressou com o seu marido a Portugal, porém devido à política salazarista foram obrigados a refugiar-se no Brasil. O casal voltou a Paris, e ambos se nacionalizaram-se franceses em 1956.
Vieira da Silva, para além da sua obra em termos de pintura, também se aventurou em outras técnicas como o azulejo e também no mundo da ilustração de livros para crianças, tome-se como exemplo os livros “Kô et Kô” e “les deux esquimaux”.
A sua vida artística continuou ao longo de várias décadas, tendo em 1960 recebido uma condecoração do governo francês, em 1966 foi a primeira mulher a receber o Grand Prix National des Arts e em 1979 tornou-se cavaleira da legião de honra francesa. Porém em Portugal o seu talento e mérito só foram reconhecidos após o 25 de Abril e em 1988 com a atribuição da Grã Cruz de Santiago e Espada e da Grã Cruz da Ordem da Liberdade, respectivamente.
Com uma vida preenchida de arte, morre em 1992, aproximadamente 10 anos após a morte do seu marido, e é criado em homenagem do casal, a Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva em Lisboa.
Com uma vida preenchida de arte, morre em 1992, aproximadamente 10 anos após a morte do seu marido, e é criado em homenagem do casal, a Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva em Lisboa.
1 comentário:
"Um quadro deve ter coração, sistema nervoso, ossos, circulação. Deve assemelhar-se a uma pessoa em movimento. E preciso que aquele que olha se encontre perante um ser que lhe fará companhia, lhe contará histórias, lhe dará certezas. Porque o quadro não é evasão, deve ser um amigo que nos fala, que descobre as riquezas que se escondem em nós e à nossa volta."
certamente, despertando emoções ou vivências/recordações! tanto como a poesia, servirá de algum modo para mexer connosco.
:)
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