Atendendo ao apelo dos Trabalhadores do Comércio, provavelmente tradicional, que nos anos 80 não havia centros comerciais, trouxe a polícia à baila. E comecemos pela PSP. Aliás, pelos PSP, o Projecto Som Pop, grupo que, quando mencionado em termos musicais, é tido como uma alcunha aos GNR, como algo do género, "Antes havia um grupo chamado PSP!", "Ahahah, tens tanta piada. Toda a gente sabe que esses são os GNR, e tu estás apenas a mangar connosco". Pois enganam-se! Houve mesmo um grupo com este nome.
Neste trabalho Vítor Rua conseguiu, finalmente, ter liberdade total para fazer o que queria, sem estar condicionado aos ritmos do mercado discográfico, algo que não acontecia aos GNR. É, por isso, que este disco "Pipocas" é associado à música moderna portuguesa, primando por ser um dos seus discos mais experimentais.
O estilo de música do disco varia entre o samba, a Pop, a canção latina, entre outras, com canções cantadas em português e inglês e até em castelhano, com sotaque português.
O Grupo Novo Rock (GNR) constitui-se oficialmente em Setembro de 1980. Os elementos do grupo eram Toli César Machado (bateria), Alexandre Soares (guitarra) e Vítor Rua (guitarra). Pouco tempo depois entra para a banda o baixista Mano Zé que já tinha tocado com Rui Veloso.
O primeiro single, com os temas "Portugal Na CEE" e "Espelho Meu", é editado em Março de 1981. O single é um grande sucesso vendendo mais de 15.000 exemplares. Mano Zé abandona, Miguel Megre entra para o seu lugar e mais tarde iria também ocupar-se das teclas.
Ainda em 1981, o grupo lança o single "Sê um GNR" que acaba por vender mais do que o primeiro. Em Setembro entra para a banda o vocalista Rui Reininho.
O primeiro LP, "Independança", é editado em 1982. O disco foi um êxito em termos de crítica, mas é um fracasso em termos de vendas. O disco inclui outro grande sucesso, "Hardcore (1º Escalão)". O lado B do álbum incluía a faixa "Avarias"... com 27 minutos de duração.
A seguir à edição do álbum começam a aparecer os problemas internos na banda. Miguel Megre sai e Alexandre Soares é convidado a sair. Em Agosto de 1982, os GNR actuam no Festival de Vilar de Mouros, apenas com Reininho, Toli e Rua. O concerto chega mesmo a ser anunciado como o último do grupo.
Toli e Vitor Rua são convidados a produzir o álbum de estreia de António Variações. As gravações param a meio porque o estúdio estava super-lotado. Vitor Rua e Jorge Lima Barreto deslocam-se a Nova Iorque e quando regressam Rua decide abandonar o grupo. Então o baixista Jorge Romão (ex-Bananas) e o teclista novo entram para o grupo e Alexandre Soares regressa.
O local de ensaios passa para a cave da casa de Alexandre Soares. "Os Homens Não Se Querem Bonitos" é editado em Julho de 1985. O disco inclui clássicos como "Dunas" e "Sete Naves".
Alexandre Soares sai do grupo em 1987. Para o seu lugar entra, temporariamente, o guitarrista Zézé Garcia, dos Mler Ife Dada, que actua, em Abril, no concerto do Coliseu dos Recreios.
Ainda em 1988, Zézé Garcia regressa em definitivo ao grupo depois de se desligar dos Mler Ife Dada. O álbum "Valsa dos Detectives", com produção do francês Remy Walter, é editado em Março de 1989. Os maiores sucessos deste disco são "Impressões Digitais", "Morte ao Sol", "Dama Ou Tigre" e "Falha Humana".
Mais tarde, já depois do virar do século, para as gravações de "Popless" recorrem aos préstimos do produtor Nilo Romero. O primeiro single é "Asas (Eléctricas)" tema incluído na banda sonora do primeiro telefilme da SIC, "Amo-te Teresa". O disco inclui também os temas "Popless" (com direito a clip censurado na tv!!!), "L's" e "Essa Fada". E enfim, contar mais para quê. Os GNR, depois de tantas entradas e saídas no grupo, mantiveram sempre a sua genialidade, dando sempre passos à frente do seu tempo, procurando a originalidade sem se desviarem do seu G.éN.eR.o.. E por isso são o que são hoje, um grupo respeitado, e de qualidade.
A característica principal do grupo era o facto de cantar em português, com sotaque à moda do Porto, enquanto os Arte & Ofício construíram toda a sua carreira cantando em inglês. Também havia a questão das letras das músicas, que tinham um certo humor.
O seu disco de estreia, editado em 1980, foi o single intitulado "Lima 5", continha um refrão que dizia o seguinte: "Eu só paro lá no Lima 5, Sou um meu de grabatinha e brinco". A voz do grupo era a do sobrinho de Sérgio Castro, João Luís Médicis, então com 7 anos.
O primeiro álbum "Tripas à Moda Do Porto" foi gravado em Londres e contém o tema mais conhecido da banda: "Chamem A Polícia" (ou "Chamem a pulíssia", no título original.) Outros temas, onde o humor tem lugar marcado são "Atom Messiu, Comantalê Bu" ou "Paunka Roque" (???), para além de "Birinha", "Sim, Soue Um Gaijo do Pôrto" e "Quem Dera".
P.S. (P.) Este artigo tem como objectivo fazer-vos perceber que, por vezes, as forças policiais fazem alguma coisa de evolutivo. Agradeçam ao apelo aos comerciantes do Porto...
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