sábado, fevereiro 21

Cinema: Os Anos de Ouro

Como já vos introduzi no meu 10º artigo, os próximos artigo serão dedicados aos anos de Ouro do nosso cinema português. Irei escrever-vos sobre grandes actores, realizadores e os filmes que até hoje se encontram nos nossos conjuntos de filmes.

Assim sendo irei hoje apresentar-vos o filme “A Canção de Lisboa”. Quem não o conhece? Nem que seja só o seu nome.

O realizador deste grande sucesso é Continelli Telmo, mas há quem defenda a importante participação de Chianca de Garcia, mencionado na equipa de produção. Podemos ver a participação de grandes actores, como Beatriz Costa (Alice), Vasco Santana (Vaquinho), António Silva (Alfaiate Caetano), Teresa Gomes e Sofia Santos (tias de trás os montes) e Alfredo Silva (Sapateiro).

A história deste filme baseia-se na vida de Vasco. Vasquinho vive às custas das suas tias de Trás-os-Montes que pensam que o seu sobrinho é um aluno de medicina exemplar. Contudo, este prefere a vida de boémia. Mas esta história dá uma revira volta quando as tias de Vasquinho vêm-no visitar. A partir desta inesperada visita a vida de Vasquinho muda completamente.

A “Canção de Lisboa” foi o primeiro filme a se produzido inteiramente em Portugal. Foi filmado em Lisboa e em Sintra, nos estúdios da Lisboa Filme e com equipamento da Tobis.

Este grande êxito teve a participação de duas grandes personagens portuguesas. Manoel de Oliveira, que na altura ansiava por ser actor de comédia, recebeu o papel de Carlos, melhor amigo de Vasquinho. A outra importante participação foi de Almada Negreiros, o qual produziu dois cartazes de promoção.

O sucesso deste filme foi além fronteiras, chegando aos países do Ultramar e no Brasil. Realizado na altura do Estado Novo, não é de estranhar o sempre presente carácter típico português, principalmente através das músicas populares.

A estreia aconteceu a 7 de Novembro de 1933, no São Luís. Teve tanto sucesso que o dinheiro ganho com os bilhetes chegou para ajudar a pagar parte das instalações da Tobis que se encontravam ainda em construção.

Deste filme ficaram ilustres a música da “Agulha”, cantada por Beatriz Costa e a frase “Chapéus há muitos, seu palhaço”, dita por Vasco Santana.

Com todo este sucesso, não só ficou para a história do cinema Português como também foi adaptado ao teatro musical por Filipe La Féria.

2 comentários:

Anónimo disse...

Se há filmes portugueses de qualidade e bom gosto, este é um deles. A comédia de Vasco Santana é um primor, algo que já não existe hoje em dia, e toda a trama é desenvolvida através daquilo que é ser um "bom trafulha" português, e das beatas tias que pensam que o seu Vasquinho é perfeito.

Uma verdadeira obra-prima do cinema português, pouco valorizado hoje em dia (infelizmente!)

Anónimo disse...

chapéus à muitos, meu palerma!

:D