quarta-feira, fevereiro 11

Pintura: Homenagem à versatilidade

No artigo de blog desta semana decidi que vos iria apresentar um artista plástico, isto é, o artista sobre o qual hoje escrevo não foi só pintor como também escultor e trabalhou outras áreas como a azulejaria. Este artista plástico é Rogério Ribeiro. A escolha deste artista deveu-se essencialmente a sua versatilidade plástica, e também para lhe prestar uma homenagem visto que faz quase um ano que faleceu.

Rogério Ribeiro nasceu em 1930 em Estremoz, e veio a falecer em Março do ano passado. Rogério licenciou-se em pintura na Escola Superior de Belas-Artes em Lisboa e começou a expor, colectivamente, as suas obras em 1950 e individualmente em 1954. Em 1956 tornou-se sócio-fundador da Gravura (Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses) onde desenvolveu a actividade de gravador. Também trabalhou em cerâmica e tapeçaria tanto por encomenda de particulares, empresas ou de organismos oficiais.



Uma das áreas ligadas à pintura em que teve mais importância foi a da ilustração, principalmente através do livro de Manuel Tiago e Álvaro Cunhal que ilustrou, “Até Amanhã Camaradas”. Outros livros importantes que contaram com a sua ilustração foram “Minas de S. Francisco” e “Casa da Malta” de Fernando Namora (1955 e 1956 respectivamente), e “A vida mágica da sementinha: uma breve história do trigo ” de Alves Redol (1956).

Já na área da azulejaria o seu primeiro trabalho foi em 1959 um painel para a estação do metro da Avenida em Lisboa. De seguida surgiram-lhe tantos outros, já após a queda do regime, como, o átrio norte da estação dos Anjos em Lisboa no ano de 1982, o painel “Azulejos para Santiago”, em 1996, para a estação de metro de Santa Lucía que se situa em Santiago do Chile, o painel “Mestre Andarilho”, em 1997, para o Fórum Romeu Correia em Almada, em 1999 um painel para a estação de comboio de Sete-Rios em Lisboa e um painel para o Arquivo Histórico Municipal de Usuqui no Japão, em 2008, o “Monumento à mulher alentejana” que está no Parque da Cidade em Beja, e também em Beja o painel “O Lugar da Água” no Espaço Museológico da rua do Sembrano.







Em 1961 iniciou-se como professor de Pintura e Tecnologia na Escola António Arroio em Lisboa, e em 1970 foi professor na Escola Superior de Belas-Artes em Lisboa. No ano de 2006 o Município de Estremoz, atribuiu-lhe a Medalha de Ouro da Cidade.
Rogério Ribeiro está representado em diversas instituições privadas, museus e colecções particulares.




ANEXO
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Rogério Ribeiro: "Um grande vulto da cultura portuguesa" - presidente da Câmara de Almada

10 de Março de 2008, 23:05

Lisboa, 10 Mar (Lusa) - A presidente da Câmara de Almada, Maria Emília de Sousa, lembrou hoje o pintor e escultor Rogério Ribeiro como "um grande vulto da cultura portuguesa", que dava "espaço para outros artistas" desenvolverem o seu trabalho.
Rogério Ribeiro morreu hoje, aos 77 anos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, devido a complicações cardíacas, indicou um amigo, o pintor David Almeida.
Natural de Estremoz, onde nasceu a 31 de Março de 1930, Rogério Ribeiro era militante do PCP e director, desde 1993, da Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea de Almada.
Em declarações à Agência Lusa, a presidente da Câmara Municipal de Almada, Maria Emília de Sousa, recordou o pintor como "um grande vulto da cultura portuguesa".
"O país perdeu um grande artista", afirmou, emocionada, recordando o "homem de convicções firmes, de nobres ideais, que não se vergava aos obstáculos, às dificuldades".
A autarca comunista evocou o artista "muito generoso, de grande humanismo", que "dava espaço a outros artistas" para desenvolverem a sua actividade.
Rogério Ribeiro, que esteve na génese da Galeria Municipal de Arte de Almada, preparava-se para executar, nesta cidade, a pintura do altar da Igreja de São Sebastião, que está a ser recuperada há alguns anos pela autarquia.
Do artista existem pinturas em azulejo no Fórum Municipal Romeu Correia, em Almada, na estação dos comboios de Sete Rios, em Lisboa, na estação do metro de Santa Lucía, em Santiago do Chile, e no Arquivo Histórico Municipal de Usuqui, no Japão.
ER.
Lusa/Fim "

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