O barro é um dos materiais preferidos pelos artesãos.
Desde tempos imemoriais que é conhecido, recolhido como documento, trabalhado como arte ou com funcionalidade prática. Não importa como, ele revela sempre as remotas influências romana e árabe. O sabor especial que o barro novo confere à água, levou à criação de toda a espécie de bilhas. Daí a passar para mão criativa do artesão foi um passo. O nosso olhar passeia-se maravilhado com a arte e engenho de gente anónima que cria pela necessidade de reter o seu imaginário.
1. Preparação da Pasta:
A argila é cavada nas barreiras e transportada em carroças para as diversas olarias. Assim, num ambiente húmido, lamacento e fraca iluminação, começa a preparação do barro.
O processo utilizado pelos oleiros é o tradicional, bastante rudimentar.
O barro é exposto ao sol para que se possa partir mais facilmente em pequenos bocados. Sobre a argila partida é deitada água, de preferência com um regador, para que esta seja totalmente absorvida. É usual fazer-se esta operação ao fim do dia, para que durante a noite o barro vá amolecendo. Seguidamente, o barro é amassado com a mão e colocado num monte. O oleiro sobe para ele e, colocando um pé ao centro, servindo de apoio, roda no sentido dos ponteiros do relógio, esmagando os bordos com o calcanhar, que progressivamente se vai enterrando.
Logo que a espessura do barro atinge 5 cm aproximadamente, o oleiro dá por terminada esta fase do trabalho. Passa de seguida à detecção de impurezas e corpos estranhos, utilizando para o efeito a sua própria mão que faz passar por pequenos blocos de barro. Todo este trabalho de preparação do barro demora cerca de hora e meia, e a partir desta última operação o barro está pronto a ser trabalhado na roda.
2. A Roda:
A roda mais antiga, e a mais simples, é denominada roda baixa, movida com a mão. Este tipo de roda, era utilizado em muitas regiões de Portugal, principalmente no Norte do País. Não há vestígios de rodas deste tipo primitivo no Alto Alentejo. Os oleiros alentejanos utilizam outro tipo de roda, mais alta, accionada com o pé e de origem árabe.
A roda é o principal utensílio do oleiro. Está montada numa espécie de mesa denominada «arquina», onde é colocada uma placa de madeira, uma tigela com água e os blocos de barro.
É difícil trabalhar na roda, exige grande vocação, prática e perseverança, para se conseguir uma sincronização perfeita entre os pés e as mãos. O pé imprime o movimento e controla a velocidade, enquanto as mãos vão transformar o bloco de barro, colocado sobre a roda, subindo-o, alargando-o, até se tingir a forma final que o mestre idealizou. Cortando a peça pela base com o fio ou arame, a peça é retirada e colocada numa placa de madeira.
As peças, depois de moldadas, ficam a secar em prateleiras ou no chão, de maneira a ficarem apenas com 7 a 10% de humidade; só depois podem ir a cozer. O tempo de secagem é variável, dependendo de vários factores: espessura da peça, condições das instalações e condições atmosféricas.
3. Os Fornos:
Podemos dividi-los nas seguintes partes: caixa, boca, caldeira e arcos.
As peças ao serem colocadas no forno, têm de obedecer a uma técnica apurada, de maneira a que o fogo seja distribuído de modo igual para todas elas.
A lenha é introduzida lentamente (duas a quatro horas), evitando-se assim a mudança brusca de temperaturas, que poderia ocasionar que todas as peças se quebrassem.
O tempo de cozedura é variado, dependendo da posição das peças no forno, da qualidade e da quantidade de lenha. Normalmente a cozedura é feita durante a noite, pois este tipo de fornos não tem qualquer indicador de temperatura, tendo o oleiro que espreitar a cor das peças, através de uma vigia para saber se já estão cozidas, colocando, no caso da cozedura ainda não estar acabada, mais lenha sobre as peças mais cruas.
Desde tempos imemoriais que é conhecido, recolhido como documento, trabalhado como arte ou com funcionalidade prática. Não importa como, ele revela sempre as remotas influências romana e árabe. O sabor especial que o barro novo confere à água, levou à criação de toda a espécie de bilhas. Daí a passar para mão criativa do artesão foi um passo. O nosso olhar passeia-se maravilhado com a arte e engenho de gente anónima que cria pela necessidade de reter o seu imaginário.
1. Preparação da Pasta:
A argila é cavada nas barreiras e transportada em carroças para as diversas olarias. Assim, num ambiente húmido, lamacento e fraca iluminação, começa a preparação do barro.
O processo utilizado pelos oleiros é o tradicional, bastante rudimentar.
O barro é exposto ao sol para que se possa partir mais facilmente em pequenos bocados. Sobre a argila partida é deitada água, de preferência com um regador, para que esta seja totalmente absorvida. É usual fazer-se esta operação ao fim do dia, para que durante a noite o barro vá amolecendo. Seguidamente, o barro é amassado com a mão e colocado num monte. O oleiro sobe para ele e, colocando um pé ao centro, servindo de apoio, roda no sentido dos ponteiros do relógio, esmagando os bordos com o calcanhar, que progressivamente se vai enterrando.
Logo que a espessura do barro atinge 5 cm aproximadamente, o oleiro dá por terminada esta fase do trabalho. Passa de seguida à detecção de impurezas e corpos estranhos, utilizando para o efeito a sua própria mão que faz passar por pequenos blocos de barro. Todo este trabalho de preparação do barro demora cerca de hora e meia, e a partir desta última operação o barro está pronto a ser trabalhado na roda.
2. A Roda:
A roda mais antiga, e a mais simples, é denominada roda baixa, movida com a mão. Este tipo de roda, era utilizado em muitas regiões de Portugal, principalmente no Norte do País. Não há vestígios de rodas deste tipo primitivo no Alto Alentejo. Os oleiros alentejanos utilizam outro tipo de roda, mais alta, accionada com o pé e de origem árabe.
A roda é o principal utensílio do oleiro. Está montada numa espécie de mesa denominada «arquina», onde é colocada uma placa de madeira, uma tigela com água e os blocos de barro.
É difícil trabalhar na roda, exige grande vocação, prática e perseverança, para se conseguir uma sincronização perfeita entre os pés e as mãos. O pé imprime o movimento e controla a velocidade, enquanto as mãos vão transformar o bloco de barro, colocado sobre a roda, subindo-o, alargando-o, até se tingir a forma final que o mestre idealizou. Cortando a peça pela base com o fio ou arame, a peça é retirada e colocada numa placa de madeira.
As peças, depois de moldadas, ficam a secar em prateleiras ou no chão, de maneira a ficarem apenas com 7 a 10% de humidade; só depois podem ir a cozer. O tempo de secagem é variável, dependendo de vários factores: espessura da peça, condições das instalações e condições atmosféricas.
3. Os Fornos:
Podemos dividi-los nas seguintes partes: caixa, boca, caldeira e arcos.
As peças ao serem colocadas no forno, têm de obedecer a uma técnica apurada, de maneira a que o fogo seja distribuído de modo igual para todas elas.
A lenha é introduzida lentamente (duas a quatro horas), evitando-se assim a mudança brusca de temperaturas, que poderia ocasionar que todas as peças se quebrassem.
O tempo de cozedura é variado, dependendo da posição das peças no forno, da qualidade e da quantidade de lenha. Normalmente a cozedura é feita durante a noite, pois este tipo de fornos não tem qualquer indicador de temperatura, tendo o oleiro que espreitar a cor das peças, através de uma vigia para saber se já estão cozidas, colocando, no caso da cozedura ainda não estar acabada, mais lenha sobre as peças mais cruas.
1 comentário:
como faço pra preparar a argila em casa?devo colocar algum produto pra dar o ponto? e pra argila ficar colorida?por favor me ajude
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