sábado, março 7

Cinema: 3 Anos, 3 Filmes, 2 Realizadores

Hoje irei apresentar-vos três filmes, finalizando a década de 30, entrando assim numa nova década no meu próximo artigo.
Os filmes de que vos falarei hoje serão “Bocage”, “Maria Papoila” e “Aldeia da Roupa Branca”. Irei apresentar-vos a sinopse e algumas curiosidades sobre cada realização.

“Bocage”


Sinopse:
Bocage, poeta ferido na guerra, é acolhido quando chega a Lisboa pelo Tenente Coutinho, seu camarada. Em casa conhece as duas irmãs do Tenente e entre os três cria-se um triângulo amoroso. Márcia, desiste do seu noivado e Anália desiste da ida para o seminário. Bocage envolve-se com Márcia, mas é por Anália que o seu coração bate verdadeiramente. Coutinho ao saber do envolvimento entre o seu amigo e as suas irmãs, expulsa Bocage de sua casa. Assim, o poeta começa a frequentar botequins onde conhece Canária, uma cantadeira brasileira, com quem também se envolve.
No fim, Bocage acidentalmente reencontra as duas irmãs e fica a saber que Márcia casou-se e a sua amada Anália se encontra no seminário.
Curiosidades:
Realizado por José Leitão de Barros em 1936.
Esta produção cinematográfica tinha como objectivo chegar ao público português, espanhol e brasileiro.
Em Espanha foi realizada simultaneamente uma outra versão, intitulada “Las Trés Gracias”.
Estreou em Portugal a 1 de Dezembro de 1936. Apesar de todo o empenho, em Portugal e em Espanha “Bocage” foi um total fracasso, ao contrário do que aconteceu no Brasil.

“Maria Papoila”


Sinopse:
Maria Papoila deixa a sua terra para vir trabalhar para a capital. Aqui conhece Eduardo com quem começa a namorar. Contudo, descobre que ele é rico e que já tinha namoro com uma moça da sua condição social. Um dia, Eduardo é acusado do roubo das jóias da patroa de Maria, por ter sido visto a rondar a casa na noite anterior. Quando se pensa que nada mais se poder fazer para salvar Eduardo, Maria Papoila descobre o verdadeiro ladrão e confessa ter estado com Eduardo às escondidas.
Desiludida com a cidade alfacinha, Maria Papoila regressa a casa na sua aldeia.
Curiosidades:
Realizado também por José Leitão de Barros no ano de 1937.
Este foi um de muitos filmes se nas mãos da Censura foi obrigado a ser apresentado sem algumas das cenas do filme original.
Estreou no São Luíz a 15 de Agosto de 1937.
Este foi um filme para as multidões, realizado sem intenções de grandiosidade mas sim de simplicidade e identificação por parte dos espectadores.


“Aldeia da Roupa Branca”

Sinopse:
Numa aldeia pacata nos arredores de Lisboa vive-se uma eterna disputa entre duas famílias com o negócio da roupa branca. Aproximando-se as festas populares da aldeia o conflito entre Jacinto e Quitéria atinge o seu auge originando uma bulha entre a população. Tudo se resolve quando Gracinda, sobrinha de Jacinto, convence o seu amado, filho do seu tio, a regressar à aldeia para recuperar o negócio.

Curiosidades:
Este filme é o último realizado em Portugal por Chianca Garcia, em 1938, como também de Beatriz Costa que o filmou em estado de graça.
“O Velho e o Novo” era o seu titulo original e estreou sem uma cena, que a Censura considerou imoral.
Este é considerado a melhor realização de Chianca Garcia estreando-se no Tivoli a 2 de Janeiro de 1939.

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