segunda-feira, novembro 10

Literatura: Fernando Namora reflecte...

Assim como prometido desde a anterior semana, deixo convosco palavras do poeta e ensaísta que vos apresentei, quase solenemente pela extensão do recado que lhe satisfiz, e o qual me têm vindo a temer como demasiado longo, de seu nome Fernando Namora. O tema desta curta reflexão é o amor, e como ele se pode definir quando olhando as criações que advêm da sua manifestação nos homens. Aqui o deixo para vossa leitura:
"O verdadeiro gesto de amor

Aquilo que de verdadeiramente significativo podemos dar a alguém é o que nunca demos a outra pessoa, porque nasceu e se inventou por obra do afecto. O gesto mais amoroso deixa de o ser se, mesmo bem sentido, representa a repetição de incontáveis gestos anteriores numa situação semelhante. O amor é a invenção de tudo, uma originalidade inesgotável. Fundamentalmente, uma inocência."

Bem acautelei que era curto, mas assim até corre ao encontro do que me foi pedido para esboçar esta semana, talvez em compensação ao entusiasmo desmedido e criticado da semana que passou ontem. Aproveito o texto, respeitando-o conforme desejo, para o analisar de acordo com este peso com que vos tenho sacrificado desde o começo deste texto... Deus! O amor, como o meu gosto por estes temas que também como amor deve ser classificado, é criador de originalidade inesgotável, e faz-me fazer aquilo que os outros não se lembrariam de fazer se ocupassem a minha cadeira, que é escrever, escrever, na verdade sem interessar muito quantos leitores me hão-de apoiar nestes textos cuja extensão se assemelha aos caminhos de ferro que teriam de ser empregues para unir a Terra e a Lua. Ora, poucos haveriam de usufruir desse caminho de ferro, e de igual forma não sei quanta população satisfaço ou informo convenientemente com estas mensagens que inicio sem querer terminá-las.

No medo incómodo de me tornar maçador e ser vitimado com novas críticas, ainda que simpáticas se algumas o podem ser, e podem, arquivo estas palavras, que é como quem afirma que as acaba aqui com a promessa de voltar a elas assim encontre necessidade ou proveito. Como tradição, impeço-me de sair sem antes dizer o que escreverei na próxima semana: hoje não digo! Esqueceu-me de me chegar a vontade! É maldade minha... Ora, comigo ninguém se aborrece. Prometo apenas que para a próxima semana, nessa sim, escreverei algo curto!

Cumprimentos!

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