sábado, dezembro 6

Cinema: No cinema com... Amália Rodrigues

A propósito do filme que estreou na passada 5ª feira, dia 4 de Dezembro, sobre a vida da fadista Amália Rodrigues trago-vos esta semana um artigo direccionado para os filmes em que a fadista participou e que davam mais ênfase aos seus talentos musicais.

A sua carreira teria começado não em 1947 com o filme “Capas Negras”, mas sim no filme “O Pátio das Cantigas”. Contudo, a sua participação foi negada sendo assim adiada a sua estreia no filme “Capas Negras”.

O filme “Capas Negras” foi realizado em 1947 por Armando de Miranda. A sinopse desta primeira longa-metragem com a participação de Amália Rodrigues baseia-se na vida repleta de percalços de Maria de Lisboa, sendo primeiro abandonada pelo namorado por desconfianças de traição e mais tarde acusada em tribunal do abandono do seu filho. Por ironia do destino é o homem que a abandona que no fim a julga em tribunal pelo que é acusada.

Esta longa-metragem estreou no cinema de Condes, em Lisboa, a 17 de Maio de 1947 e foi um sucesso de bilheteira estrondoso pelos 6 meses em cartaz e os mais de 200 mil espectadores.

A sua próxima participação, igualmente bem sucedida, foi “Fado – História D’Uma Cantadeira”, longa-metragem de Perdigão Queiroga também do ano 1947. Este filme, em linhas gerais, vai de encontro com a vida real de Amália Rodrigues que dá vida à protagonista Ana Maria. Ana Maria apesar de todo o seu sucesso cantando fado encontra-se apaixonada por Júlio Guitarrista que mais tarde decide partir para África.

A estreia desta longa-metragem é no Trindade em 16 de Fevereiro de 1947. É também um grande sucesso de bilheteiras tal como o filme de estreia da fadista, mantendo-se em cartaz durante 26 semanas. Neste filme podemos ver também outros actores de renome como António Silva e Vasco Santana.
O filme seguinte com a participação da fadista é “Vendaval Maravilhoso”, longa-metragem de Leitão de Barros de 1949. Esta longa-metragem não teve tanto sucesso como os anteriores. O público esperava ver a fadista cantar maravilhosos fados, e em vez disso este filme retrata com mais realce a abolição da escravatura.

Esta longa-metragem é estreada no Tivoli a 26 de Dezembro de 1949.

A próxima realização privilegiada com a presença, desta vez segundária, da cantora é “Les amants du Tage” (“ Os Amantes do Tejo”), em 1955 e realizado pelo francês Henri Verneuil. A escolha da cantora para o papel deu-se pelos seus dotes vocais e pela sua popularidade.

“Sangue Toureiro” foi o próximo filme português protagonizado por Amália Rodrigues. É um filme de Augusto Fraga e realizado em 1958. Esta produção apresenta-nos a seguinte história: Eduardo e Maria da Graça rumam a Lisboa fugindo da imposição do pai de Eduardo a que este segue a carreira de toureiro. Todavia, a necessidade de dinheiro obriga-o a ir para a arena enfrentar os touros. Maria da Graça deixa Eduardo voltando à sua terra e Eduardo encontra a sua verdadeira noiva e acabando por cuidar das terras de seu pai.

Este filme estreou no Cinema Condes, em Lisboa, a 7 de Março de 1958.

Em 1964 Amália foi um outra vez protagonista, desta vez do filme “Fado Corrido”, realizado por Jorge Brum do Canto.

Este filme como também o “Sangue Toureiro” não tiveram a simpatia por parte da fadista sobre os quais disse que criavam “uma presença completamente diferente de mim”. Contudo, a cantora participou nos filme pela grande amizade que matinha com ambos os realizadores.

O último filme em que Amália Rodrigues participou foi “As Ilhas Encantadas”, realizado por Carlos Vilardebó em 1965.

Este filme não teve sucesso entre o público. Todavia, Amália Rodrigues ganhou o prémio de Melhor Actriz, na participação desta longa-metragem.

1 comentário:

Anónimo disse...

Estive a ver o vosso blog com olhos de ver e achei delicioso. Espero que as tertúlias avancem com o mesmo sucesso e qualidade que está a ter este meio de disseminação de cultura.
Continuem assim com interesse pela arte e tentem passar a mensagem ao maior números de jovens.
Umas mãe "babosa".