quarta-feira, dezembro 10

Pintura: Almada Negreiros, um mestre do modernismo

Seguindo a linha da introdução feita na semana anterior, hoje vou vos apresentar um dos pintores mais colaboradores com o SPN (Secretário da Propaganda Nacional) e dos mais importantes do modernismo: Almada Negreiros.

Almada Negreiros, de nome completo José Sobral de Almada Negreiros, nasceu em São Tomé em 1893 e morreu em Lisboa no ano de 1970, curiosamente no mesmo quarto de Hospital onde tinha morrido Fernando Pessoa.

Almada Negreiros foi uma artista multifacetado, não se dedicou somente à pintura, tendo também sido escritor, poeta, dramaturgo, ensaísta e romancista. Ficou conhecido, na pintura, por obras como os painéis “Gare Marítima de Alcântara e da Rocha Conde de Óbidos”, e “Maternidade” e, na literatura, com “Manifesto Anti-Dantas”.

A sua colaboração com Estado Novo deveu-se principalmente ao seu apoio ao ideário fascista, que provinha da influência dos ideais futuristas. A sua primeira obra para o SPN foi um cartaz de propaganda que apelava ao voto na nova constituição (primeira imagem do artigo “Pintura: A Arte do Regime”). Entretanto foi encarregado de outras obras como os vitrais do Pavilhão da Colonização da Exposição do Mundo Português.

Como Homenagem aos seus Trinta Anos de Desenho organiza uma exposição das suas obras e é lhe atribuído o Prémio Columbano. Este prémio torna-se um pouco irónico tendo em conta o facto de Columbano ser considerado o mestre do Naturalismo, enquanto que Almada seria um dos mestres do Modernismo ou seja um homem de rupturas.

A partir desta altura é que Almada Negreiros dedica-se principalmente à pintura e ao desenho, elaborando obras como os vitrais da Igreja de Nossa Senhora de Fátima (que o público não aprecia, na medida em que põem em causa alguns valores tradicionais), o famoso retrato de Fernando Pessoa, entre outras.

Com 75 anos elabora os seus últimos trabalhos: Painel “Começar” na Fundação Gulbenkian e os frescos da Faculdade de Ciências de Coimbra.

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