segunda-feira, dezembro 29
Literatura: Seria Dantas um cigano?
sábado, dezembro 27
Cinema: A Recompensa de Anos Dedicados à Arte Cinematográfica
- Em 1964, com o filme “Acto da Primavera”, Manoel de Oliveira recebeu a Medalha de Ouro no Festival de Siena em Itália. Também com o mesmo filme recebeu o Prémio de Cinema da Casa de Imprensa pela Melhor Realização.
- Recebeu o Prémio Especial do Juri, no Festival de Cinema da Figueira da Foz, em 1979 com um dos seus filmes mais polémicos, “Amor de Perdição”.
- Em 1982 Manoel de Oliveira recebeu dois prémios de origem nacional, o primeiro da revista Nova Gente e depois do Instituto Português de Cinema (IPC).
- O filme “Os Canibais” deu a Manoel de Oliveira dois Prémios, um na Amostra de Cinema em São Paulo e outro atribuído pela Cinemateca Real da Bélgica, ambos em 1988.
- Através da longa-metragem “Porto da Minha Infância”, Manoel de Oliveira foi premiado com o Prémio Robert Bresson.
Considerando serem os mais importantes, destaco os prémios ganhos pelo cineasta, o Leão de Ouro (o prémio maior atribuído no Festival Internacional de Cinema em Veneza) em 1985 e 2005 e em 2008 a Palma de Ouro (Prémio atribuído ao prémio vencedor no Festival de Cannes).
Neste ano que está a acabar, Manoel de Oliveira foi premiado com o Prémio Mundial do Humanismo por se considerar ter contribuído com a sua arte para a preservação da paz, como também foi doutorado pela Universidade do Algarve.
Assim, acabo esta trilogia dedicada ao cineasta Manoel de Oliveira. Após este três artigos conheço melhor a carreira de uma dos maior, se não o maior, cineasta português. Espero que também vocês se sintam mais conhecedores de parte de história do cinema português.
sexta-feira, dezembro 26
Arte Popular: "Feliz Natal"
Alemanha - Fröhliche Weihnachten
Argentina - Felices Pasquas y Feliz Año Nuevo
Bulgária - Tchestita Koleda; Tchestito Rojdestvo Hristovo
Coreia - Sung Tan Chuk Ha
Croácia - Sretan Bozic I Nova Godina
Dinamarca - Glaedelig Jul
Eslováquia - Sretan Bozic or Vesele vianoce
Espanha - Feliz Navidad
Estónia - Ruumsaid juuluphi
França - Joyeux Noël
Grécia - Kala Christouyenna
Hawai - Mele Kalikimaka
Inglaterra - Merry Christmas
Indonésia - Selamat Hari Natal
Iraque - Idah Saidan Wa Sanah Jadidah
Itália - Buon Natale
Japão - Shinnen Omedeto; Kurisumasu Omedeto
Jugoslávia - Cestitamo Bozic
Latim - Natale hilare et Annum Faustum!
Noruega - God Jul
Roménia - Sarbatori Fericite
Rússia - Pozdrevlyayu s Prazdnikom Rozhdestva Is Novim Godom
Turquia - Noeliniz Ve Yeni Yiliniz Kutlu Olsun
Ucrânia - Srozhdestvom Kristovym
Vietname - Chung Mung Giang Sinh
Arte Popular: Bolo Rainha
Ingredientes:
15 gr de fermento;
250 gr de farinha;
50 gr de açúcar;
50 gr de manteiga;
2 ovos;
2 colheres de sopa de aguardente;
120 gr de amêndoas;
60 gr de uvas passas;
30 gr de pinhões;
50 gr de sultana;
12 nozes;
2 colheres de sopa de rum;
Leite, manteiga e farinha q.b.
Decoração:
2 gemas;
20 gr de pinhões;
30 gr de miolo de noz;
100 gr de amêndoas;
Açúcar em pó q.b.
Preparação:
Dissolva o fermento e duas colheres de sopa de farinha, em leite morno.
Num alguidar, junte a restante farinha, a manteiga, o açúcar, os ovos, a aguardente e a mistura do fermento e amasse tudo muito bem.
Deixe levedar durante três horas.
Misture bem os frutos secos e deite-os numa tigela, adicione o rum e deixe macerar durante 15 minutos. Junte os frutos e o liquido à massa e deixe repousar mais 15 minutos.
Sobre uma superfície lisa, polvilhada com farinha, molde a massa em forma de coroa.
Passe-a para um tabuleiro untado com manteiga e deixe levedar, tapada, durante mais 40 minutos.
Bata as gemas e pincele a coroa. Polvilhe-a com os frutos secos e com o açúcar em pó. Leve a cozer em forno médio, 180ºC, durante 35 minutos, ou até que esteja cozida.
Deixe arrefecer cerca de 10 minutos e volte a polvilhar com açúcar em pó.
Arte popular: Bolo Rei
1kg farinha;
Preparação:
Coloque a farinha numa tigela, abra-lhe uma cavidade ao centro e deite aí o fermento previamente dissolvido no leite morno.
Amasse bem, faça uma bola e deixe levedar (até duplicar de volume).
Junte o açúcar, o sumo e raspa de laranja, o vinho do Porto, a manteiga derretida, as gemas, os ovos inteiros e a cerveja.
Amasse e bata bem a massa sobre uma mesa de mármore.
Misture os frutos na massa, forme uma bola, polvilhe com farinha e deixe levedar de novo.
Divida a massa em porções, sendo que 800 g de massa dão um bolo de cerca de 1 kg. Com cada porção faça uma bola e forme um bolo dando-lhe o feitio tradicional.
Coloque os bolos em tabuleiros untados com banha, pincele-os com ovo e decore-os com frutos cristalizados e montinhos de açúcar em pó.
Leve-os a cozer cerca de 50 minutos, em forno a 170 graus. Verifique se estão cozidos antes de retirar do forno.
quinta-feira, dezembro 25
Música: É Natal!
Por fim, nesta época do ano ouvimos ainda versões de êxitos natalícios internacionais, e as tão em voga músicas de Natal das rádios. Este ano, destaco a música de Natal da Rádio Comercial, uma versão de "All I want for Christmas", cuja letra (extremamente divertida!) fala da realidade portuguesa em 2008, obviamente tendo o Natal como a temática principal (e a divulgação da rádio...).
Bem, desejo a todos um óptimo Natal, repleto de música e sonhos (quer aqueles que surgem de Noite, quer os feitos pela avó Genoveva)!
segunda-feira, dezembro 22
Literatura: O manifesto do modernismo
sábado, dezembro 20
Cinema: A Arte de Manoel de Oliveira
Os próximos filmes que realizou, diz Manoel de Oliveira, realizou-os durante um período de pausa do seu trabalho. “Nessa altura não estava a trabalhar e os meus amigos pediam-me para fazer filmes. Aceitava, (…) Para enganar o tempo, nada mais.”
São eles:
- “Estátuas de Lisboa”, 1932
- “Hulha Branca”, 1932
- “Miramar, Praia de Rosas”, 1938
- “Já se Fabricam Automóveis em Portugal”, 1938
- “Famalicão”, 1940
“Aniki-Bóbó” foi a primeira longa-metragem que o cineasta realizou. Este filme tem um carácter um pouco violento. Dai não ter sido aceite pelo público português. Nesta obra de Manoel de Oliveira realizada em 1942 retrata a vida de um triângulo amoroso infantil. Os dois rapazes ao longo da metragem tentam conquistar o coração da rapariga. Todavia, um dos moços sofre um violento acidente do qual é acusado o outro rapaz.
Para este filme, Manoel de Oliveira teve como inspiração a sua infância vivida cheia de aventuras. Também ele e a sua prima brincavam como os protagonistas desta sua longa-metragem.
Estreou-se no cinema Eden, no mesmo ano e elogiado por especialistas estrangeiros do cinema.
Após um estágio em Alemanha, quando regressou, Manoel de Oliveira aplicou tudo o que tinha aprendido no documentário “O Pintor e a Cidade”, em 1956. Neste documentário é-nos apresentada a cidade do Porto vista por nós, meros cidadão, e como o pintor António Cruz a vê, expressando através das suas aguarelas. Manoel de Oliveira diz ser esta “a obra fundamental da minha carreira, na mudança da minha reflexão sobre o cinema.”
Foi apresentado ao público no São Luís e no Alvalade em 1956. Foi aplaudido tanto pelos críticos portugueses como pelos estrangeiros.
- “O Coração”, 1958 (inacabado)
- “O Pão”, 1959
- “O Acto da Primavera”, 1963
- “A Caça”, 1963
- “Villa Verdinho – Uma Aldeia Transmontana”, 1964
- “As Pinturas do Meu Irmão Júlio”, 1965
- “O Passado e o Presente”, 1971
- “Benilde ou a Virgem Mãe”, 1974
- “Francisca”, 1981
- “Visita ou Memórias e Confissões”, 1982
- “Lisboa Cultural”, 1983
- “Nice – À Propos de Jean Vigo”, 1983
- “Simpósio Internacional de Escultura em Pedra”, 1985
- “Le Soulier de Satin”, 1985
- “Mon Cas/O Meu Caso”, 1986
- “A Propósito da Bandeira Nacional”, 1987
- “Os Canibais”, 1988
De 1990 a 1999 realizou:
- "Non ou Vã Glória de Mandar” 1990
- “A Divina Comédia”, 1991
- “O Dia do Desespero”, 1992
- “Vale Abraão”, 1993
- “A Caixa”, 1994
- “O Convento”, 1995
- “E Un Poignée de Mains Amies”, 1996
- “Party”, 1996
- “Viagem ao Principio do Mundo”, 1997
- “Inquietude”, 1998
- “A Carta”, 1999
- “A Vida e a Morte”, 1999
Nesta década de 90, da lista acima que referi, destaco um filme: “Non ou a Vã Gloria de Mandar”, o que marca o inicio desta década.
Na viragem do século, Manoel de Oliveira celebra o novo ano com a rodagem de “Palavra e Utopia”, 2000. Em seguida realiza “Porto da minha Infância” em 2001.
Desde o inicio do século XXI, para além de “Palavra e Utopia” e “Porto da Minha Infância”, Manoel de Oliveira realizou outros filmes como:
- “Vou Para Casa”, 2001
- “O Principio da Incerteza”, 2002
- “Momento”, 2002
- “Um Filme Falado”, 2003
- “O Quinto Império – Ontem como Hoje”, 2004
- “Do Visível ao Invisível”, 2005
- “Espelho Mágico”, 2005
- “O Improvável não é Impossível”, 2006
- “Belle Toujours”, 2007
- “Rencontre Unique”, 2007
- “Cristóvão Colombo – O Enigma”, 2007
- “Singularidade de Um Rapariga Loura”, em rodagem.
quinta-feira, dezembro 18
Pintura: Carlos Botelho
De nome completo Carlos António Teixeira Bastos Nunes Botelho, nasceu em Lisboa em 1899 e morreu, também em Lisboa, em 1982.
Carlos Botelho, considerado um homem versátil, simples, objectivo e directo, explorou desde a pintura à ilustração e caricatura.
Criado num ambiente ligado à música, só mais tarde envergou pela pintura estudando na Escola de Belas-Artes de Lisboa. Porém rapidamente desistiu desta escola pois considerava a instrução oferecida muito ligada à pintura académica. Sendo assim decidiu praticar as suas técnicas sozinho.
A sua colaboração para o projecto cultural do Estado Novo foi das mais importantes, sendo nomeado pelo SPN colaborador na divulgação do Estado Novo Português.
Através do SNI (Secretário Nacional de Informação), antigo SPN, foi enviado em várias missões oficiais pelo estrangeiro projectando pavilhões portugueses nas exposições internacionais. A proximidade com o meio artístico de outros países contribuiu para o enriquecimento das suas obras.
No âmbito da política cultural do Estado, Carlos Botelho foi homenageado por dois importantes prémios, o “Prémio Souza-Cardoso” em 1938 e o “Prémio Columbano” em 1940.
Participou em várias exposições, sendo estas por ordem cronológica:
- 1930, I Salão dos Independentes (Lisboa)
- 1931, II Salão dos Independentes (Lisboa)
- 1932, Exposição Individual de Pintura (Lisboa)
- 1935, 1938, 1940, Exposições de Arte Moderna, SPN (Lisboa)
- 1941, Exposição “Aldeia de Monsanto”, SPN (Lisboa)
- 1943, Exposição Individual (Lisboa)
- 1946, Exposição Geral de Artes Plásticas (Lisboa)
- 1947, Exposição Individual (Paris)
- 1950, XXV Bienal de Veneza (Veneza), Exposição Individual (Suíça) e Exposição “Vinte anos de pintura de Carlos Botelho”, SNI (Lisboa)
- 1951, Exposição “Veneza-Lisboa”, SNI (Lisboa) e Bienal de São Paulo
- 1952, Exposição “”Vinte Pintores Contemporâneos Portugueses” (Lisboa) e Exposição Individual “Carlos Botelho pintor de Lisboa” (Lisboa)
- 1954, Exposição Galeria Domingos Alvarez (Porto)
- 1955, II Bienal de São Paulo
- 1958, Exposição Internacional de Bruxelas e Exposição “Obras recentes 1954/58” (Lisboa)
- 1959, Exposição retrospectiva (Lisboa)
- 1961, II Exposição de Artes Plásticas
- 1965, Exposição Individual (Nova Iorque) e VIII Bienal de São Paulo
- 1968, 1981, Exposição Individual (Lisboa)
- 1986, Exposição comemorativa dos seus 50 anos de pintura (Lisboa)
As suas obras podem ser vistas em Lisboa no Museu do Chiado e no Museu Calouste Gulbenkian, e no Museu de Arte Moderna de São Paulo e Museu de São Francisco nos E.U.A.
terça-feira, dezembro 16
Música: Amália II - A Inesquecível Discografia Esquecida
Muitas pessoas esqueceram a importância cultural deste ser de talento feito, desta discografia imensa e lusitana. Os jovens não a conhecem, os que a conhecem não lhe dão o devido valor. Se pedisse na rua para me cantarem algo de Amália, muitos não saberiam o que cantar, por simples ignorância. Não condeno este desconhecimento acerca do maior ícone da música nacional. Porém não posso deixar de achar puramente inadmissível que Português que é Português não saiba sequer o ritmo contagiante das marchas lisboetas cantadas por Amália, nem conheça a letra genial de "Foi Deus", nem consiga relembrar o sentimento maravilhoso com que o "Barco negro" foi cantado...ou a "Estranha Forma de Vida", ou o "Povo que lavas no rio".
Estas jóias da música não podem ser esquecidas, porque nelas está expressa a essência de se ser Português, e de sentir saudades, e de ser contagiosamente alegre, e de chorar, e de amar!
Discografia
Perseguição (1945)
segunda-feira, dezembro 15
Literatura: O percurso das letras
sábado, dezembro 13
Cinema: O Centenário do Mestre Oliveira
Manoel Cândido Pinto de Oliveira nasceu no Porto, dia 11 de Dezembro de 1908, ou seja, há 100 anos comemorados há poucos dias. Frequentou, em finais dos anos 20, a escola de actores criada no Porto pelo realizador Rino Lupo. Na sua adolescência dedicava-se ao desporto. Praticou atletismo e ginástica e foi vice-campeão durante três anos de salto à vara. Devido às suas vitórias foi modelo do escultor Henrique Moreira para a realização da estátua O Atleta. Oliveira era também apaixonado por carros participando em corridas tanto em Portugal como no Brasil.
Apenas volta à realização cinematográfica em 1956, após um estágio na Alemanha onde estudou o cinema com cor e onde adquiriu aparelhos cinematográficos, realizando depois “O Pintor e a Cidade”.
quinta-feira, dezembro 11
Arte Popular: Gastronomia Tradicional
Ingredientes: (para 8 a 10 pessoas):
- 1 litro de feijão encarnado ;
- 1 orelha de porco ;
- 1 chouriço negro (de sangue da região) ;
- 1 chouriço de carne ;
- 150 g de toucinho entremeado ;
- 750 g de batatas ;
- 2 cebolas ;
- 2 dentes de alho ;
- 1 folha de louro ;
- 1 molho de coentros ;
- sal e pimenta
Confecção:
Se o feijão for do ano, não necessita ser demolhado. Se for duro, põe-se de molho durante algumas horas.
Escalda-se e raspa-se a orelha de porco.
Leva-se o feijão a cozer em bastante água juntamente com a orelha, os chouriços, o toucinho, as cebolas, os alhos e o louro.
Tempera-se com sal e pimenta. Se for necessário juntar mais água, deve ser sempre a ferver.
Quando a carne estiver cozida, retira-se e introduzem-se na panela as batatas cortadas aos quadradinhos e os coentros picados. Deixa-se cozer a batata.
Assim que se retirar a panela do lume, introduzem-se as carnes previamente cortadas aos bocadinhos e uma pedra bem lavada, que deve ir na terrina.
Artigo que deveria ter sido colocado no dia 5 de Dezembro.
quarta-feira, dezembro 10
Pintura: Almada Negreiros, um mestre do modernismo
Almada Negreiros, de nome completo José Sobral de Almada Negreiros, nasceu em São Tomé em 1893 e morreu em Lisboa no ano de 1970, curiosamente no mesmo quarto de Hospital onde tinha morrido Fernando Pessoa.
Almada Negreiros foi uma artista multifacetado, não se dedicou somente à pintura, tendo também sido escritor, poeta, dramaturgo, ensaísta e romancista. Ficou conhecido, na pintura, por obras como os painéis “Gare Marítima de Alcântara e da Rocha Conde de Óbidos”, e “Maternidade” e, na literatura, com “Manifesto Anti-Dantas”.
A sua colaboração com Estado Novo deveu-se principalmente ao seu apoio ao ideário fascista, que provinha da influência dos ideais futuristas. A sua primeira obra para o SPN foi um cartaz de propaganda que apelava ao voto na nova constituição (primeira imagem do artigo “Pintura: A Arte do Regime”). Entretanto foi encarregado de outras obras como os vitrais do Pavilhão da Colonização da Exposição do Mundo Português.
Como Homenagem aos seus Trinta Anos de Desenho organiza uma exposição das suas obras e é lhe atribuído o Prémio Columbano. Este prémio torna-se um pouco irónico tendo em conta o facto de Columbano ser considerado o mestre do Naturalismo, enquanto que Almada seria um dos mestres do Modernismo ou seja um homem de rupturas.
A partir desta altura é que Almada Negreiros dedica-se principalmente à pintura e ao desenho, elaborando obras como os vitrais da Igreja de Nossa Senhora de Fátima (que o público não aprecia, na medida em que põem em causa alguns valores tradicionais), o famoso retrato de Fernando Pessoa, entre outras.
Com 75 anos elabora os seus últimos trabalhos: Painel “Começar” na Fundação Gulbenkian e os frescos da Faculdade de Ciências de Coimbra.
terça-feira, dezembro 9
Música: Amália I - Os primeiros anos/Nascendo uma diva
É o ensaiador da Marcha quem insiste para que Amália se apresente no Concurso da Primavera, organizado para descobrir uma nova cantadeira. Porém, Amália acaba por não concorrer, pois as outras participantes recusam-se a competir com ela. Entretanto, também durante esses ensaios, é notada por um assistente que a recomenda a Jorge Soriano, director da casa de fados mais famosa da época, Retiro da Severa. A audição é um sucesso, mas, com a família contrariada, Amália acaba por não aceitar o convite.
O êxito no Retiro da Severa pega como um rastilho e espalha-se por Lisboa e de um momento para o outro, todos querem ouvir esta nova cantadeira, e todas as casas de fado a querem contratar. Amália torna-se rapidamente cabeça de cartaz. Num espaço de poucos meses, Amália passa também a actuar no Solar da Alegria e no Café Luso. Até essa altura, Ercília Costa, Berta Cardoso, Hermínia Silva e Alfredo Marceneiro eram os ídolos máximos do fado, mas com a aparição de Amália tudo se vai modificar.
segunda-feira, dezembro 8
Literatura: Olhos de Água II
sábado, dezembro 6
Cinema: No cinema com... Amália Rodrigues
Em 1964 Amália foi um outra vez protagonista, desta vez do filme “Fado Corrido”, realizado por Jorge Brum do Canto.
Este filme como também o “Sangue Toureiro” não tiveram a simpatia por parte da fadista sobre os quais disse que criavam “uma presença completamente diferente de mim”. Contudo, a cantora participou nos filme pela grande amizade que matinha com ambos os realizadores.
quinta-feira, dezembro 4
Pintura: A Arte do Regime
Para continuar o percurso histórico destes artigos, após vos ter apresentado alguns pintores protagonistas do modernismo, irei hoje começar uma introdução referente ao papel da pintura no Estado Novo.
Muitos pintores modernistas foram também importantes protagonistas da “arte oficial” do Estado Novo, como é exemplo Almada Negreiros e outros de quem falarei nos próximos artigos.
Durante o Estado Novo o SPN (Secretário da Propaganda Nacional) dirigido por António Ferro, implementou um projecto cultural denominado “Política do Espírito”. Este projecto tinha como principal finalidade, com uma aproximação mais cultural do povo, mediatizar o regime através da propaganda.
Este projecto beneficiava os artistas que colaboravam com o regime e com a “Política do Espírito”, patrocinando-os.
Apesar do conservadorismo característico deste regime autoritário, António Ferro, grande apreciador do modernismo, atraiu muitos pintores modernistas que, com a criatividade sujeita às exigências do regime, fizeram da pintura umas das artes que mais colaboraram com a propaganda política do Estado Novo.
segunda-feira, dezembro 1
Arte Popular: O jogo da malha
Material:
Quatro malhas de madeira, ferro ou pedra (duas para cada equipa); dois pinos (paus redondos que se equilibrem na vertical);
Jogadores:
Duas equipas de dois elementos cada;
Desenvolvimento:
Num terreno liso e plano, são colocados os pinos na mesma direcção, com cerca de 15/18 metros entre eles. Cada equipa encontra-se atrás de um pino. Joga primeiro um elemento de uma equipa e depois um da outra, tendo como objectivo derrubar os pinos ou colocá-lo junto do pino da equipa adversária, lançando a malha com a mão;
Pontuação:
6 pontos para cada derrube, 3 pontos para a malha que fique mais perto do pino. A primeira equipa a chegar aos 30 pontos ganha. Uma partida pode ser composta por três jogos mínimo, uma equipa para ganhar tem de ganhar dois.
Literatura: Olhos de Água I
domingo, novembro 30
Música: Mini-biografia do Rei do Fado
Alfredo Marceneiro foi influenciado pela sua mãe em termos musicais, se bem que o seu pai e o seu avô (que tocava guitarra e cantava fados de improviso) também exerceram a sua influência.
Marceneiro seguia atentamente as cegadas, tomando assim mais contacto com o Fado, e cultivando o seu gosto pela representação.
“É num baile popular que se inicia a cantar o fado, começando logo a criar nome desde aí. Graças às suas capacidades passa a ser solicitado para cantar em festas de caridade, muito usuais na época como forma de solidariedade para com os mais desafortunados. Aos dezassete anos, consegue almejar o seu grande sonho: sair numa cegada.”
Foi na cegada “Luz e Sapiência” que Alfredo granjeia maior glória. Tanta que até ao fim da sua vida conseguia recitar de cor o seu papel nesta cegada. Uma das curiosidades acerca destas cegadas tem que ver com o facto de Marceneiro se…travestir.
Os anos 20 e 30 ricos em Fado de Marceneiro. Esses anos de contributo para o fado granjearam a Marceneiro a seguinte homenagem gravada numa placa:
Tem na garganta um não sei quê de estranho,
Que perturba e nos faz cismar:
É dor? É medo? São visões d'antanho?
Amor? Ciúme? É choro? É gargalhar?
É voz do fado - dizem - e eu convenho
Que ande na sua voz a voz do mar,
Onde Portugal se fez tamanho
E aprendeu a cantar e a soluçar.
O Marceneiro tem aquela atroz
Sonância d'onda infrene que em rochedo
É voz roufenha que nos mete medo,
Mas que atrai, que seduz... É bem a voz
Do fado rigoroso, a voz do Alfredo.
Profissionaliza-se no fado nos anos 40, sendo o Bairro Alto e Alfama os seus principais “reinos”, e até à sua morte e para além desta, Alfredo manteve-se e manter-se-á sempre o rei do Fado e eterno dono de Lisboa.
Créditos de imagens: Família de Alfredo Marceneiro